terça-feira, 7 de outubro de 2008

Desfile 60 anos 2CV - Viagem até Lisboa

Meus caros amigos, aqui vai o relato da minha viagem no meu 2cv4 até Lisboa para participar no Desfile dos 60 anos do 2cv organizado pelo Núcleo 2cv de Lisboa.

Tinha previsto tendo em conta que ia sozinho, já que mais ninguém de Mangualde queria ir comigo e o amigo Valério já tinha arrancado na véspera, sair por volta das 7 da manhã. Mas o meu carro que estava parado desde Agosto não queria pegar e teve de ser com os cabos que o mesmo aceitou arrancar. Ao entrar nele detectei um cheirinho a gasolina mas nada de especial tendo em conta que trazia na mala um "bidonzito" que servia para o caso de ter de reabastecer por ter ficado sem combustível e pensei que o cheiro viria daí.
Assim por volta das 8.10 horas arranquei de Mangualde, o tempo estava bom e foi com uma boa média que cheguei a Coimbra para passar a portagem e ter acesso à A1.
Ás 9.35, estava a parar na Área de Serviço do Pombal primeira paragem para um cafézito. Como sempre dei uma olhadela por baixo do carro para ver se estava a pingar óleo porque foi sujeito a uma reparação e ando sempre a ver se deixou de pingar óleo.
Surpresa, óleo, muito óleo mesmo!!! Estranho mas de repente olhei para o lado esquerdo e vi que logo a seguir ao filtro da gasolina tinha uma séria fuga de gasolina porque o tubo que liga à bomba de gasolina estava "rachado". A gasolina atingia o carter e ao limpá-lo dos resíduos de óleo que ele comportava daí parecer uma fuga de óleo.
Tirei logo o filtro e ao querer evitar que a gasolina saisse dobrei o tubo que está antes do filtro e este último também se partiu.
Grande azar o meu!
Problema não tinha tubo para substituir aqueles e tinha de pensar em remediar o problema até Lisboa.
Liguei logo para alguns participantes que sabia poderem estar por perto. O José de Guimarães não ouviu nenhuma das 6 chamadas que fiz porque o telemóvel na Dyane não se ouve bem. Liguei então ao Nando Mangalarga.
- Nando é o Victor tou na Área do Pombal com uma avaria, tás por perto?
- Nossa Victor (com aquele belo sotaque), eu tou na nacional e acabei mesmo de passar o Pombal. Não posso fazer nada mas vou ligar ao Ventura que ele vem pela autoestrada para parar aí.
De repente vejo um carro parado na bomba de gasolina com um reboque para transportar um Karting. Abordei o condutor para lhe pedir se tinha tubo para gasolina. Ele pediu-me quantos metros queria porque queria 5 € por cm. Mas abriu o reboque e deu-me quase um metro.
Via passar carros na autoestrada e eu ficava por ali.
Pedi fita isoladora no posto de abastecimento mas nada! A menina só me disse que podia ligar para a Brisa para vir alguém para me secorrer. Se fosse à borla aceitava e assim foi.
Por volta das 10.30, apareceu o carro da Brisa e depois de explicar o sucedido, o mecânico ajudou-me a desmontar o guarda-lamas e o bacalhau. Retiramos a bomba de gasolina e ligamos directamente esta última ao tubo de alimentação vindo do depósito sem repor o filtro. O tubo amavelmente cedido pelo dono do karting, serviu perfeitamente.
11.35, tudo acabado de montar, estava na hora de regressar á estrada. Mais 160 Km até Lisboa e tinha de lá estar às 14.00. Parei 30 Km depois na Área de Leiria para ver se estava tudo bem e de facto tava tudo bem.
Retomei o meu ritmo de viagem com uns bons 100 km hora de média.
Parei em Aveiras para reabastecer e encontrei logo o pessoal da Bicavalaria do Minho que já sabia da avaria e que estava desiludido por não ter sabido porque teriam parado e ajudado na reparação, já que levavam lá tudo o que era preciso.
Arranquei e segui caminho até Lisboa, ia andar bem sempre por volta do 100 Km/h, passei um AKS 400 e um 2cv do Entroncamento e de repente ao passar junto ao Aeroporto, ouvi um estrondo enorme e um barulho estranho no motor.
Estava a trabalhar num só cilindro. Parei abri o capot e os amigos ultrapassados pararam logo para ajudar.
Belo espírito Bicavalista.
Na ponta do cabo estava a vela do lado esquerdo que tinha saltado fora, verifiquei que a rosca não estava moída epor isso recoloquei-a no seu lugar, e com a chave apertei-a bem e voltamos todos à estrada. O motor estava a trabalhar bem e fomos encontrando outros carros que procuravam como nós o Pavilhão Carlos Lopes. Chegamos a tempo, eles atrasaram a saída porque faltava muita gente.
Assim vou juntar à minha mala de peças, alguns tubos e mais umas coisitas que fazem sempre falta neste tipo de périplo.
A experiência foi boa e serviu para provar mais uma vez que nada para um 2cv e um bicavalista que querem chegar ao fim da viagem.


4 comentários:

Clã do 2cv disse...

Olá Vitor!
É mesmo esse o espírito bicavalista! Felizmente pudeste juntar-te a nós para o desfile.

Grande abraço. João

João F. disse...

épa que grande aventura.
tens que apresentar reclamação ao teu mecanico, esses tubos já deviam ter sido substituidos.
Enfim, acabou por correr tudo bem. Fica o aviso, vou já colocar algum materiar "suplente" na mala do meu 2cv.

Victor disse...

Podem crer que nada é demais na mala. De facto este carro tem fama de nunca ficar na estrada e que qualquer avaria se resolve facilmente, mas uma coisa é certa, temos de ter o material à disposição para poder reparar as avarias.
Eu ando a tratar de preparar o necessário.

João Gonçalves disse...

Boas Victor ,

Um 2cv não fica na estrada , e espirito disso foi que chegas-te a Lisboa e te juntas-te a nós , Obrigado pela tua presença .